As políticas adotadas pelo governo russo desde a virada do milênio reduziram o consumo de vodca e aumentaram a expectativa de vida.
A Rússia não é mais o país que bebe demais como antes, de acordo com um novo relatório.
Já notou todas aquelas compilações de acidentes de carro russos no YouTube? Eles são praticamente os mesmos: um motorista obviamente embriagado é flagrado fazendo algo incrivelmente perigoso e resulta na interrupção repentina de seus movimentos, geralmente com consequências violentas. Você não vê tantos deles hoje em dia, o que antes se pensava ser porque o YouTube os estava reprimindo, mas pode haver mais.
Os russos podem não estar mais bebendo tanto.
Um novo relatório da Organização Mundial da Saúde analisou a política russa de álcool desde o início dos anos 2000. Antigamente, o álcool era a principal causa de morte prematura em trabalhadores do sexo masculino, mas desde 2003, o consumo de álcool na Rússia caiu 43%. Isso causou um aumento proporcional na expectativa média de vida na Rússia, subindo para quase 68 anos em homens e 78 anos em mulheres em 2018.
Isso parece indicar que os homens ainda têm um longo caminho a percorrer, pois ainda estão morrendo uma década mais jovens que as mulheres, mas ainda é uma grande melhoria.
Então, por que os russos estão bebendo menos? Acontece que não é porque eles perceberam repentinamente que estavam bebendo até morrer. Na verdade, é por causa de regulamentações governamentais e restrições à venda de álcool.
No início dos anos 2000, a Rússia assumiu a indústria do álcool. Eles criaram uma destilaria estatal e proibiram qualquer pessoa de fazer bebida sem licença. Então, em 2011, eles aumentaram os impostos sobre a bebida e elevaram o preço mínimo de uma garrafa de vodca ou outras bebidas espirituosas. Por fim, eles proibiram a venda de bebidas alcoólicas em máquinas de venda automática e lojas de conveniência com horários extremamente tardios – uma espécie de lei nacional de “última chamada”.
Os russos ficaram aborrecidos, mas as políticas funcionaram. Eles estão bebendo menos e vivendo mais por causa disso.
“A experiência acumulada pela Federação Russa na redução da carga de doenças decorrentes do álcool representa um argumento poderoso de que uma política eficaz de álcool é essencial para melhorar as perspectivas de uma vida longa e saudável”, diz o relatório. A OMS agora está incentivando outras nações europeias com um problema de álcool para seguir o exemplo da Rússia e implementar soluções semelhantes.
(via The Takeout)