O novo presidente da Costa Rica, Carlos Alvarado, usou seu discurso de posse para reiterar seu compromisso de eliminar o uso de todos os combustíveis fósseis.
O novo presidente da Costa Rica, Carlos Alvarado, usou seu discurso de posse para reiterar seu compromisso de eliminar o uso de todos os combustíveis fósseis no país centro-americano. Falando para uma multidão de 2.000 pessoas na Plaza de la Democracy em 8 de maio, Alvarado descreveu a promessa como uma “tarefa titânica e bela”.
No discurso, Alvarado disse que a descarbonização é a “tarefa da nossa geração”, e que “a Costa Rica deve ser um dos primeiros países do mundo a realizá-la, senão o primeiro”. O recém-eleito presidente também prometeu combater os crimes do colarinho branco, reduzir o déficit fiscal pela metade e distribuir as finanças públicas de maneira mais eficiente.
A ideia de tornar uma nação inteira livre de combustíveis fósseis pode soar como um sonho, especialmente quando você considera que Alvarado espera conseguir isso até 2021. Mas em 2017, a Costa Rica funcionou exclusivamente com fontes de energia renováveis por 300 dias seguidos, recebendo 99,62% de suas necessidades de eletricidade de energia renovável durante todo o ano.
Dado o clima, você pode estar inclinado a supor que uma grande parte dessa energia renovável vem da energia solar. Na realidade, a energia solar foi uma das fontes menos utilizadas, juntamente com o biocombustível, que juntos respondem por menos de 1% da demanda energética do país. A grande maioria é realmente gerada por energia hidrelétrica, que fornece quase 80% da eletricidade do país, com energia eólica e geotérmica fornecendo cerca de 10% cada.
O maior desafio que os costarriquenhos enfrentam para alcançar seu objetivo de uma nação livre de combustíveis fósseis é o setor de transporte, que responde por cerca de metade das emissões totais do país. Um sistema de transporte público inadequado fez com que a demanda por veículos particulares aumentasse 25% ano a ano, com 98% dos carros movidos a combustíveis fósseis. No que provavelmente foi um reconhecimento desse desafio, Alvarado chegou à posse em um ônibus movido a hidrogênio.
A Costa Rica pode representar apenas 0,03% das emissões globais de gases de efeito estufa, mas atingir essa meta pode ter um grande impacto ao provar o potencial da energia renovável para nações mais ricas, poderosas e populosas. Também pode marcar o nascimento de uma nova economia para a sociedade tipicamente agrícola, à medida que se tornam líderes mundiais em tecnologia que inevitavelmente será usada por quase todos os países do mundo.
